Professor por vocação

Por Bruno Dias

Para boa parte dos alunos do curso de comunicação do IACS a sigla JB tem mais um significado. Trata-se de João Batista de Abreu Junior, ex-aluno e um dos professores mais antigos do curso de jornalismo. Atual vice-diretor e figura bastante representativa do instituto, João Batista ingressou no IACS no ano de 1972 e se formou jornalista em 1975. Na época, o instituto funcionava no campus do Valonguinho, no prédio de matemática. “As salas de aula da comunicação ocupavam o quarto andar de matemática e o subsolo, com o laboratório de fotografia e umas duas ou três salas”, lembra.

Ele regressou à UFF dois anos mais tarde, em 1978, para cursar Ciências Sociais. Em 1980, retornou às salas de aula do IACS como professor, onde permanece até hoje. A primeira experiência de João Batista como professor do IACS foi, no mínimo, curiosa. Depois de comparecer pontualmente para iniciar a aula e se deparar com a sala completamente vazia, JB foi até a cantina do campus. Lá, foi abordado por um aluno que, antes mesmo da primeira aula, já pedia abono de faltas devido ao seu emprego. “Já no primeiro dia eu recebi minha primeira ‘cantada’, aquilo me chamou a atenção”, recorda.

Ouça: áudio da entrevista com JB

Durante seus três primeiros anos de magistério, JB conta que a atividade de professor era muito mais uma vocação do que uma necessidade. “Eu comecei como professor horista e o salário era irrisório, então eu deixava acumular no banco durante três ou quatro meses para depois ir pegar”, conta. Nesta época JB era também redator da rádio Jornal do Brasil, onde trabalhou até meados de 1980, depois passou a assessor de imprensa da Fundação Nacional das Artes (FUNARTE), onde ficou até o ano de 1981. “A Universidade era um hobby, era uma coisa que eu gostava de fazer e eu não me preocupava com salário. Eu e muitos outros professores praticamente pagávamos para trabalhar”, afirma.

Em 1982, JB se formou em Ciências Sociais e no ano seguinte passou a professor auxiliar do IACS, mas continuou exercendo a profissão de jornalista até o ano de 1987. Nesse período trabalhou em diversos e importantes veículos como TV Educativa, Jornal O Globo e TV Globo, onde foi editor de um telejornal. Em 1987, JB passou para o regime de dedicação exclusiva e assumiu a coordenação do curso de Comunicação do IACS até o ano de 1990.