Por Raquel Thomaz
Nem tudo é motivo de festa para o IACS nesses 40 anos do curso de Comunicação Social. Se não bastassem os problemas enfretados pelos alunos de uma universidade pública em seu dia-a-dia, quem estuda no Instituto de Arte e Comunicação Social da UFF é obrigado a conviver com um ainda mais grave: a onda de assaltos que vem se intensificando nas imediações do campus. Tomados pela insegurança, alguns alunos encaram a situação como um desestímulo para freqüentar as aulas. Enquanto isso, outros tentam adotar medidas paliativas para que a situação não afete seu cotidiano.
É o caso da aluna do 3º período do curso de Produção Cultural, Nalini Castro. Moradora do Rio de Janeiro, diariamente a estudante caminha da estação das Barcas, no centro de Niterói, até o Instituto para assistir às aulas. Assaltada em abril deste ano, desde então Nalini procura percorrer outro caminho para chegar ao IACS. "Tenho muito medo de ser assaltada de novo, foi uma experiência horrível. Agora faço um caminho mais longo e demorado, porém um pouco mais seguro. É uma medida que eu decidi tomar, mas também não dá para ter certeza de que não serei assaltada novamente", conta a estudante.
De acordo com a assessoria do 13° Batalhão da Polícia Militar de Niterói, o policiamento na região é realizado diariamente por três viaturas, que são responsáveis pelo patrulhamento nos bairros de Boa Viagem, Gragoatá, Ingá e São Domingos. Assim como boa parte dos estudantes, Nalini afirma jamais ter encontrado uma viatura da polícia pelas ruas da região. "Desde que entrei na faculdade nunca vi policiamento perto do IACS e as ruas ao redor do campus estão sempre muito desertas, o que propicia as ações dos bandidos" alerta Nalini. Ela estuda de manhã e foi assaltada por volta das 7h45, um horário que alguns poderiam considerar tranqüilo. "E se estudasse à noite, teria muito mais medo", afirma.
Tentando amenizar a situação, muitos estudantes só saem do campus em grupo e, nas disciplinas que vão até às 22h, os professores passaram a liberá-los mais cedo. No entanto, a falta de um policiamento efetivo e a má iluminação nas ruas próximas ao casarão rosa, denunciados por diversas vezes, são fatores que favorecem a ação dos bandidos. Com medo, alguns alunos chegam a pensar duas vezes em ir assistir às aulas. Para a aluna do 7º período de Jornalismo, Natalia Pacheco, a insegurança é um fator desestimulante. "Isso desanima muito, até porque já fui vitima de um assalto praticamente em frente ao campus. Tem dias em que fico sem a menor vontade de ir ao IACS, pois além de sair cansada do trabalho e ter que me deslocar do Rio a Niteroi, ainda corro o risco de passar por essa situação outra vez", lamenta Natalia.
Para alívio dos alunos, de acordo com a professora Mara Eliana Rodrigues, diretora do Instituto, as soluções começam a aparecer. "Em setembro enviamos, juntamente com as faculdades de Direito e Economia, um oficio ao reitor relatando os casos de assalto ocorridos na região para que fossem tomadas providências. Isso resultou na instalação de um ponto eletrônico que nos comunica diretamente à delegacia. A cada quatro horas, ele é acionado por um guarda da Polícia Militar", garante a diretora.
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