José Lauro Pereira

Por Iury Sales Tavares

José Lauro Pereira começou a trabalhar na Universidade Federal Fluminense em 1973, no antigo Núcleo de Processamento de Dados (NPD), atual Núcleo de Tecnologia da Informação (NTI). Ficou lá por dez anos até que, em 1984, chegou ao IACS. “Vim pra cá como operador de câmera e TV e hoje estou em desvio de função. Eu detectei que os técnicos daqui estavam saindo e eles (os alunos) seriam prejudicados, daí assumi o estúdio de som”, conta o técnico.

Após duas décadas de trabalho no instituto, José Lauro contribui para a formação de muitos alunos, apesar do pedido de não interferência de alguns professores. “Depende de como o professores encaram. Uns não deixam o funcionário dar umas dicas, então a gente se limita ao (trabalho) técnico. Às vezes, o aluno adota o procedimento de desconsiderar o que eu falo. As coisas piores eu não registro, passam”, conta José Lauro.

Quando o assunto é estrutura, ele não hesita: "Totalmente deficitário... Ao extremo! Os equipamentos não são de ponta, mas servem pra alguma coisa. A gente quer desenvolver o potencial do aluno e não consegue. (O aluno) tem de tirar do próprio bolso e fazer um curso por fora. E eu assisto às aulas porque assim fica mais fácil pra identificar as necessidades dos alunos”, revela José Lauro.


Qual sua formação?
Sou formado pela IBM do Rio e já fiz trabalhos com vários locutores, fiz um estágio de alguns meses na Globo AM. Isso é gratificante, até porque muita coisa era analógica, precisava de uma sensibilidade maior.

Quando você começou a trabalhar aqui?
Comecei trabalhando no NPD (Núcleo de Processamento de Dados), hoje NTI (Núcleo de Tecnologia da Informação), em 1973. Fiquei lá por dez anos, até 1983, 1984 por aí. Depois que vim pro IACS.

E você começou já nessa função de hoje?
Não, estou em desvio de função. Eu cheguei aqui como operador de câmera e tv, só que eu detectei que os técnicos estavam de saída e eles (alunos) estariam prejudicados.

Quais tipos de trabalho você faz no estúdio?
Olha, o estúdio é voltado para a disciplina de rádio e a gente faz trabalhos de locução, trabalha também com o pessoal de Cinema, até fora daqui.

O que você acha da estrutura daqui?
Não são de ponta, né, mas adiantam para alguma coisa. A gente quer desenvolver o potencial e não consegue, tentar recuperar o curso de locução. Daí o aluno tem de tirar dinheiro do próprio bolso. É muito deficitário, ao extremo. Aqui é carente de tudo.

Como você lida com os alunos e os professores?
Isso é variável, depende da turma e de como o professor encara. Eu passei pela experiência de que o professor não deixava o funcionário participar. Eu me limitava ao técnico. Tem uns alunos que adotam o procedimento de desconsiderar o que o técnico fala. Mas eu acho que o técnico tem de assistir a aula junto porque aí fica mais fácil pra entender as necessidades do aluno.

E o que você faz?
Eu aprendi a adotar o político, a postura profissional, como no mercado de trabalho: ou faz ou tá fora.

Qual o melhor e o pior de trabalhar no IACS?
Já esteve melhor. As pessoas estão mais distantes, tá sem calor humano. Tinha de ter uma relação técnico-professor-aluno mais humana. As piores eu não registro... Passa. O melhor é pensar que um pouco da formação técnica daquele profissional, eu contribui. Eu ajudei na formação dele.

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