Alunos de ontem e hoje, iguais e diferentes

Ao serem perguntados sobre as principais diferenças entre os alunos de ontem e hoje, os professores apontam mudanças tanto comportamentais quanto profissionais. Para Alceste Pinheiro os estudantes permanecem os mesmos em todas as épocas, têm os mesmos anseios e os mesmos desejos. O que muda é o momento em que vivem. “Hoje não existe tanta pressão política como no tempo em que eu era estudante. A cultura é outra e até mesmo a pressão em casa deixou de existir. Atualmente, os jovens não estão preocupados em deixar suas casas e viverem por conta própria. Na minha época isso era o sonho de qualquer estudante. Por parte dos pais isso também mudou, não existe tanta pressão para que os filhos saiam de casa. Hoje os pais não se importam de tê-los por perto”, observa Alceste.

Com relação à profissão, Alceste vê que os alunos de hoje não se importam em trabalhar em assessorias de imprensa e comunicação empresarial. Pelo contrário, muitos buscam ediretamente ssas áreas. “Antes, as assessorias eram vistas com preconceito pelos jornalistas. A redação era o objetivo de qualquer estudante. Atualmente, o aluno não se preocupa com isso, o que ele quer é trabalhar, não importa onde”, acredita.

Para João Batista, outra diferença é o fato de mais alunos chegarem à universidade com melhor formação em língua portuguesa e sabendo o que a profissão que escolheram representa. Contudo, ele pondera: “Apesar de chegarem com algum conhecimento técnico sobre a profissão, muitos demonstram poucos conhecimentos gerais e pouca capacidade associativa". O professor também destaca a individualidade como característica desta geração.

Para reforçar esse ponto, Flávia Clemente acredita que essa individualidade é reflexo do surgimento da Internet, que acaba deixando os alunos mais distantes uns dos outros. “A minha geração é pré-Internet e por isso ficávamos juntos fisicamente. Não tínhamos um blog ou um grupo de e-mail para nos comunicar, como vejo acontecendo hoje. Então, para conversar sobre um assunto, saber de alguma coisa, tinha que estar junto. Por isso fazíamos várias reuniões depois das aulas, nos encontrávamos para jogar sinuca, fazíamos festas no bandejão com apresentações de grupos musicais toda semana”, relembra a professora.

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