Theodoro Barros na base do cuspe e giz

Por Emmanuel do Vale

O professor Antônio Theodoro Magalhães Barros emprestou sua enorme experiência à criação do curso, no qual lecionou por 30 anos até a aposentadoria em 2003, como professor-titular. Carioca criado em Niterói, Theodoro ingressou na Marinha Mercante antes de trabalhar como repórter, redator e editor com os jornais Diário Carioca, Última Hora, Correio da Manhã, O Globo e a revista Manchete no currículo. Além disso, exerceu a função de chefe da Divisão de Promoções e Publicidade e assessor especial da presidência da Companhia Telefônica Brasileira (CTB, posteriormente Telerj). O jornalista chegou à UFF como professor contratado, através de um convite de Nílson Lage, com quem trabalhou no Diário Carioca e no Última Hora.

Theodoro lembra que o curso foi criado devido a um decreto do Governo Militar, que exigia o diploma de nível superior no exercício da profissão. Na época, havia apenas uma faculdade ligada à área no país, junto ao curso de Filosofia na Universidade do Brasil (atual UFRJ).

Outro aspecto destacado por Theodoro era a dificuldade material para a formação das turmas. “Se hoje, muitas faculdades ainda não dispõem de recursos e condições satisfatórias, imagine na época, fim dos anos 60, começo dos 70. Tudo era feito na base do ‘cuspe e giz’, como se dizia então”, lembra o professor, que, como Muniz Sodré, investiu na carreira acadêmica, com cursos e especializações no exterior, além de trabalhos publicados.

Theodoro foi Diretor do Departamento de Comunicação Social da UFF entre 1979 e 1981 e, em 2005, dois anos depois de sua aposentadoria, foi homenageado ao se tornar o primeiro professor de Jornalismo da instituição a receber o título de emérito.

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